O
batismo faz com que aquele que é batizado se torne um discípulo daquele em cujo
‘nome’ foi batizado.
Os
israelitas estavam relacionados com Moisés - “Então o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém,
somos discípulos de Moisés” (João 9:28).
Os
que eram batizados no batismo de João Batista tornavam-se seus discípulos - “Houve então uma questão entre os discípulos
de João e os judeus acerca da purificação” (João 3.25).
Os
que eram batizados no batismo de Cristo tornavam-se discípulos de Cristo
“Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas
os seus discípulos” (João 4.2).
Em
Efésios 4.5 encontramos que existe "um só batismo". Essa passagem
fala a respeito de “a quem” alguém é batizado. O “um só batismo” refere-se ao
único batismo que Deus na era Cristã reconhece, ou seja, "o batismo
cristão".
Muitos
confundem o versículo do evangelho de Marcos 16.16: "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado"..., não está escrito: quem não crer e não for batizado será
condenado e sim "quem não crer será condenado", esse versículo no
original diz: “Quem crer e é batizado será salvo...” não faz menção em
que época (quando) foi batizado.
O
malfeitor que se converteu na cruz, ao lado do Senhor Jesus, não pode ser
batizado nem cumprir mandamento ou fazer qualquer tipo de obra, mas foi salvo
pela fé em Cristo, o Senhor lhe disse: "hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Embora
o batismo seja uma ordenança bíblica, devemos entender que é pelo sangue do
Senhor Jesus, vertido na cruz, que um pecador pode se salvar, "Em quem também vós, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido
fostes selados com o Santo Espírito da promessa" (Efésios1.13). Não
encontramos aqui mencionado o batismo como parte da salvação, mas somente o
crer.
O
batismo está relacionado com posição aqui na Terra, não tem consequências ou
influências na posição de coisas celestiais.
Nesse
sentido existem hoje três esferas aqui no mundo:
1-
Paganismo: é a esfera que abrange a
todos aqueles que não professam o
nome do Senhor Jesus Cristo.
2-
Cristandade: são todos aqueles que
estão dentro da esfera onde se professa
o nome do Senhor Jesus Cristo. Podemos dizer que nessa esfera a ‘porta de
entrada é o batismo’, pois ele tira a pessoa da posição de pagão e a coloca
dentro da esfera cristã.
3-
O Corpo de Cristo, a Noiva: do qual fazem
parte todos aqueles que foram salvos pela obra de nosso Senhor Jesus Cristo na
cruz; nessa esfera a porta de entrada é o “crer
no Senhor Jesus”.
Uma
pessoa não batizada é vista aos olhos de Deus como um pagão e o que faz mudar
sua posição, aqui no mundo (em vida), é o batismo.
No
que se refere ao batismo de criança,
não encontramos na Bíblia tal prática entre os cristãos, mas encontramos o batismo de família, como foi o caso de Lídia
que ao ouvir e crer no Evangelho foi batizada e “toda a sua casa” (Atos 16.15); o carcereiro também “foi ele batizado, e todos os seus” (Atos
16.33); Paulo disse: “batizei também a casa de Estéfanas...(1 Coríntios 1.16).
Se um pai de família entender o que o batismo significa, certamente batizará
seus filhos, mesmo que sejam ainda bebês. Devemos lembrar que os Israelitas apresentavam
seus filhos ao Senhor quando tinham apenas oito dias de idade! Quando Moisés
tirou o povo do Egito levou ‘todos’ consigo, até mesmo as crianças, as quais
Faraó queria ‘as deixassem na terra do Egito’ e fossem eles, os adultos, e
servissem ao seu Deus. Eu tenho certeza que um dos Hebreus já adulto, que foi
tirado da terra do Egito quando criança, podia dizer: Ainda bem que meus pais
não me deixaram na terra Egito!
No
capítulo 6 da carta aos Romanos quando fala sobre estar batizado na morte de
Cristo refere-se à verdade da vida prática daqueles que conhecem a Cristo como
seu Salvador, daqueles que estão “unidos com Ele na semelhança da Sua morte” – o
batismo fala de morte, “fomos sepultados juntamente com Ele”, e assim como
Cristo ressuscitou “nós andamos em novidade de vida”. As consequências dessa
‘nova vida’ que Paulo está falando nesse capítulo é o entendimento espiritual sobre
o assunto, e não é somente o ‘ato de batizar’ – como se o ‘batismo’ fosse
produzir tudo isso.
Único
lugar que diz ‘que o batismo salva’ está em 1 Pedro 3.21, onde o contexto fala
sobre os dias de Noé, que poucos, a saber, oito pessoas se salvaram do dilúvio
através da arca; isto é uma figura do batismo, ou seja, essas oito pessoas
saíram de um mundo pecaminoso e através da arca passaram pelo diluvio (pelas
águas) para ‘outro mundo’. Se entendermos a ‘posição’ que temos como cristãos
aqui neste mundo e sabermos a verdadeira aplicação do batismo, viveremos uma
vida separada deste mundo.
Luís D S Campos (Lemão)